O Poke, Lisboa – Paladar do Havai.
Sou uma pessoa de detalhes. É assim que me conquistam. A conjugação perfeita de sabores na dose e medida certa é o nirvana difícil de atingir. A busca incessante do ingrediente perfeito para casar com outro é como a nossa procura pelo amor eterno.
Já há algum tempo que andava para visitar este novo espaço, O Poke, do Chef Kiko. Aqui, tudo começa pela habitual cozinha aberta, sem nada a esconder. Como é já habitual em alguns restaurantes do grupo Comer o Mundo. Fomos convidados a sentar ao balcão para melhor apreciar a vida apressada de quem prepara a nossa refeição. O ambiente remete para a serenidade da praia com elementos tropicais. Uma mistura de verde com bambu. Uma viagem por umas horas para outro lugar. Ainda que o contexto seja num centro comercial, é claro que a decoração foi escolhida ao detalhe para nos retirar dessa carga consumista e abraçar a tranquilidade.
Quando experimento novos tipos de cozinha gosto sempre de me deixar guiar por quem a conhece e por isso prefiro aceitar sugestões do que escolher por mim. Perguntaram-nos as nossas restrições alimentares e o elemento surpresa ficou no ar. O que iria surgir diante dos nossos olhos?
Primeiro chegou o couvert que me maravilhou com uma gema cozinhada a baixas temperaturas. Já para não falar do meu melhor amigo da noite, o “Aloha”, porque um cocktail com goiaba à partida já esmagou a concorrência.
O primeiro prato sugerido foram os spring rolls de porco preto e camarão. Embora normalmente não coma porco, abro excepções quando é para provar coisas novas e ainda bem que o fiz. Para além de ser incrível, vinha acompanhado de um molho de coentros com malagueta verde do qual fiquei fã incondicional. De tal forma que a certa altura até me fizeram um refill.
Chegaram as estrelas da noite. Os Pokes. Segundo o que li, em alguns artigos na internet, para os habitantes do Havai, poucas coisas significam “casa” como Poke. Começámos pelo Poke Puro com atum, algas e abacate. Numa analogia simples, são três “A’s” combinados na perfeição. O toque da tapioca é obviamente de apontar porque torna a textura do prato muito mais interessante.
Seguidamente era tempo do prato mais fresco, o Poke de Salmão Tropical. Salmão e fruta é uma combinação incrível por si mas quando nesse ramalhete de fruta encontramos pitaia, a vida tem outro sabor. Did I mentioned Caju too? Maravilhoso. Aqui sim, senti-me numa praia tropical. Quase senti os pés na areia.
Mais um “Aloha” nunca fez mal a ninguém, certo?
Por esta altura achámos que provavelmente era suficiente mas alguém disse a sequência de palavras “espetada de camarão” e levante a mão quem resiste a tal coisa. A verdade é que o que me maravilhou aqui foi claramente o arroz tom yum que bem se poderia apelidar de arroz céu. Quem me conhece sabe que arroz não é propriamente um dos meus alimentos favoritos mas aqui foi uma das memórias mais queridas que trouxe para casa. Menção honrosa para a espuma de côco.
E pronto. Toda a gente sabe que não há felicidade sem sobremesa. À pergunta “Chocolate ou fruta?”…chocolate obviamente. Assim, fomos apresentados ao vulcão havaiano. No entanto na imensidão deste vulcão de chocolate também há lugar para sabor a framboesa mas mais importante…goiaba. Já vos disse que sou eterna fã de goiaba? Ganharam-me.
Adoro quando as sugestões vão de encontro a coisas que gosto, isso faz toda a diferença. Acompanhado de Pisco Sour então. Amor sublime. Por todas e mais algumas razões, voltarei ao Poke.